Monday, 2 April 2012

SILVANA


Once upon a time there was a girl named Terezinha, born in Campos-RJ who wanted to become a professional singer. When she moved to Rio de Janeiro she decided to call herself Silvana and started working as a singer for an advertising company owned by song-writer and advertising-man Miguel Gustavo who wrote and produced commercial jingles for radio stations across Brazil.

Soon after, Silvana landed a contract with Copacabana Records to record a 78 rpm single. 'Amor, fonte da vida' was a plaintive ballad in which Silvana gave all her soul. It had some air-play in São Paulo so Silvana thought she'd better move there. In early 1962, on a Saturday, Silvana was a guest at TV Tupi's popular show 'Almoço com as estrêlas' (Lunch with the stars) when Rinaldo Calheiros a fellow singer from the same label had a sore throat and could not reach the high notes of his most recent single. Rinaldo asked Silvana whether she could  help him and sing the 2nd part of the song. Silvana agreed and they sang the duet as planned. Everyone thought they were a couple made in heaven (even though Rinaldo was a married man) and demanded they'd repeat the performance at infinitum.

Copacabana Records realized it had gold in its hands and marched the duo into the recording studio and soon 'Amor' a Brazilian tango written by Antenógenes Silva was released. Rinaldo would sing the first part, Silvana would then join in belting out 'Sofri mas mesmo assim eu fui feliz' (I've suffered but I was happy too) and they would finish the song together. 'Amor' went straight to #1 in the country.

Suddenly, Silvana & Rinaldo Calheiros became the darlings of TV's music programmes and nothing would stop them. They were cute striking lovey-dovey poses and every housewife in the country loved them exceedingly.

Two more Argentine tangos (properly sung in Portuguese) were rushed off by Copacabana: 1930's 'Onde estás coração?' and Mercedes Simone's 1933's 'Cantando'. Add 'Jura-me' a 1927 hit by José Mojica, a Mexican singer-turned-priest and you will have an idea of how successful the duo was. It seemed like tango had made a comeback... but it was only Silvana & Rinaldo Calheiros and their juggernaut. They reigned for most of 1962, sometimes sharing the stage with Moacyr Franco who was big with 'Suave é a noite' (Tender is the night) or later in  the year with Gilda Lopes and her mysterious 'Trovador de Toledo'. That was 1962, a most peculiar year in Brazilian pop music.

In the meantime Silvana had met and fell in love in Marco Aurélio, a fellow singer from Copacabana Discos.

Notwithstanding, Silvana wanted to be a singer on her own and not as a part of a duo she had never planned to start with. But the public at large demanded more and more Silvana & Rinaldo Calheiros. Silvana tried to go 'solo' but it took almost 2 years until she could fly on her own.

Finally, in 1964, Silvana recorded 'Pombinha branca' ('Vola colomba') an Italian tune originally sung by Nilla Pizzi that won the contest at San Remo Festival in 1952. Silvana went to # 1 again but this time she was there all by herself. Silvana had made it to the top.
Silvana & Rinaldo Calheiros' top-selling extended-play in 1962.
Copacabana Records ad at Radiolandia where her name appears as Silvana de Oliveira; Silvana & Rinaldo se tornaram coqueluche popular em 1962; Demétrius era atração jovem.

Terezinha Almeida de Oliveira, nasceu em Campos-RJ em 8 Julho 1941. Silvana começou sua carreira como radio-atriz e cantora na Rádio Cultura de Campos. Chegou a comandar programa próprio ‘A noite é da estrêla’, ao lado do cantor e violonista José Barbosa. Nos finais de semana trabalhava como crooner de orquestras. No Rio de Janeiro participou de gravações de jingles comerciais, de onde foi ‘descoberta’ pelo publicitário e compositor Miguel Gustavo, que a trouxe à São Paulo, onde gravou o samba-exaltação 'São Paulo não pode parar' em 78 rpm pela Copacabana.

Silvana conheceu Rinaldo Calheiros no ‘Almoço com as estrêlas’, programa de Ayrton & Lolita Rodrigues pela TV Tupi-SP, campeão de audiência dos sábados a partir das 12 horas. Rinaldo estava afônico e pediu sua ajuda pois não alcançava as notas mais altas. Cantaram e agradaram, repetindo o feito na semana seguinte.  Uma semana mais tarde estavam em estúdio para gravar um compacto-duplo com quatro tangos, ‘Amor’, ‘Cantando’, ‘Jura-me’ e ‘Onde estás coração?’, que devido ao sucesso esmagador, foi ‘transformado’ no LP entitulado ‘Ouvindo-te com amor’, adicionando-se aí canções gravadas anteriormente em separado, incluindo aí ‘Amor, fonte da vida’.


Silvana & Rinaldo Calheiros se tornaram coqueluche na TV e rádio em 1962, sendo o ‘casalzinho romântico’ em potencial, estrelando vários programas musicas de TV e atingindo o primeiro-lugar absoluto de vendagem de 78 rmps, compactos-duplos e LPs.  O tango ‘Amor’, de Antenógenes Silva foi o disco mais vendido de 1962.

Apesar do público achar que Silvana & Rinaldo eram namorados, nunca foram mais que dois bons amigos e profissionais. Durante uma apresentação no programa ‘Vitróla Mágica’, de Enzo de Almeida Passos, pela Radio Bandeirantes de S.Paulo, Silvana conheceu o cantor Marco Aurélio. Entre namoro, noivado e casamento foram apenas 18 meses.


Silvana participou do filme ‘Uma pistola para Djeca’ do Mazzaropi rodado em 1969. Diego, ao pedir-lhe um autógrafo na capa do DVD do filme, Silvana se prontificou a contar sobre a realização dele. Disse que Mazza sempre dizia: ‘Ô Silvana, qualquer dia minha mãe vai cair da escada, pois quando ouve você cantando na televisão, ela desce em disparada para não perder sua apresentação.’

12 Agosto 1962 - Silvana na 'La Vie en Rose', rua Major Sertório, uma das melhores casas-noturnas; Claudia Barroso, no Muradas acompanhada do pianista Robledo.

1o. compacto-duplo de Silvana.
Radiolandia tells how Silvana & Rinaldo were united with 'Amor', written by Antenógenes Silva.
1. Amor – tango - (Antenógenes Silva-Ernani Campos) Silvana & Rinaldo 
2. Teu casamento (Tu bodas)– guarânia (Adolfo Sales; v.: Sebastião F.da Silva) Rinaldo
3. Amor, fonte da vida – samba-canção (Adelson dos Santos-Roberto Muniz) Silvana 
4. Cantando – tango (Mercedes Simone; v.: Virginia Amorim) Silvana & Rinaldo
5. Jura-me – tango (Maria Grever; v.: Oswaldo Santiago) Silvana & Rinaldo Calheiros

1. Onde estás coração? (Donde estás corazón?) – (L.Martinez Serrano-A.P.Berlo; v.: Ubirajara da Silva) Silvana & Rinaldo
2. Agora é tarde – bolero (Irany de Oliveira-Altamiro Carrilho) Silvana
3. Chorando (Crying) – balada – (Roy Orbison-Joe Melson; v.:Rossini Pinto) Rinaldo Calheiros
4. Romance – tango (Eduardo Patant-Almeida Rego) Silvana
5. Eternamente – tango (Nelson Castro-Rossini Pacheco) Silvana & Rinaldo Calheiros

Ouvindo-te com amor - CLP * 11.245 – Copacabana - produção de Nazareno de Brito.

Long-playing dos mais vendidos do ano. Tudo começara em janeiro de 1962, com o lançamento do 78 rpm “Amor”, tango do acordeonista Antenógenes Silva & Ernani Campos. Na verdade este seria o ultimo tango a ficar em primeiro lugar nas Paradas de Sucesso do Brasil. O tango já não era mais popular circa 1962, mas esse “Amor” em particular, tomou a todos de assalto e foi p’ras cabeças. Quando a Copacabana percebeu que tinha uma mina de ouro na dupla romântica Silvana & Rinaldo Calheiros, tratou de mandá-los, à toque de caixa, aos estúdios para gravarem tangos famosos dos anos 40s. A versão de “Cantando”, da fabulosa argentina Mercedes Simone foi lançado em Julho e “Onde estás, coração?”, outro tango argentino completou a “tripla”.

Além dos sucessos em dupla, eles tiveram sucessos ‘individuais’ neste micro-sulco. Silvana emplacou “Amor, fonte da vida” e o Rinaldo “Jura-me” (Maria Grever), grande sucesso de José Mojica gravado em 1927Silvana & Rinaldo Calheiros nunca foram namorados na vida real, mas encantaram multidões cantando na TV com os rostos coladinhos um no outro.
Silvana encanta no 'Clube dos Artistas' de Ayrton Rodrigues na TV Tupi, Canal 4.
Rinaldo & Silvana, sucesso nas ondas radiofônicas. O sucesso da dupla era total. Rinaldo era casado, mas todo mundo fingia que eles eram namorados.
Calheiros & Silvana no Programa Paulo Gracindo da Radio Nacional do Rio de Janeiro.  
Silvana sempre dava de tudo de si em suas interpretações.
Rinaldo Calheiros e Idalina de Oliveira, garôta-propaganda da TV Record, Canal 7.
 Edith Veiga, Celly Campello & Silvana. 
Silvana na 'Discoteca do Chacrinha' segura um LP da Ana Lúcia circa 1961.
No último sábado do ano, 29 Dezembro 1962, Silvana & Marco Aurélio casam-se em S.Paulo.
'Revista do Radio' n.697, 26 Janeiro 1963, conta tudo sobre o casamento de Silvana & Marco Aurélio no ante-penúltimo dia de 1962.
Na mesma edição da 'Revista do Radio', n.697, de 26 Janeiro 1963, Rinaldo Calheiros diz que ficou surpreso com a atitude de Marco Aurélio que vetou qualquer contato entre ele e Silvana a partir de então. Rinaldo responde a pergunta do repórter:

'Como surgiu a dupla Silvana & Rinaldo Calheiros, que tanta fama conseguiu em São Paulo?' - 'Depois de assinar contrato com a Copacabana, gravei um LP cuja faixa principal era o tango 'Amor', que começou a tocar nas radios. Com o sucesso de 'Amor' fui convidado para cantar em São Paulo na TV Tupi, programa 'Clube dos Artistas' de  Lolita & Ayrton Rodrigues. Porém na sexta-feira que deveria estrear, estava afônico. Casualmente, no mesmo dia, encontrei Silvana - minha colega de gravadora. Silvana falou-me do tango. Eu disse que estava afônico e que, para cantar, era necessário que fizéssemos dupla. Para minha surpresa, ela aceitou. Assim, cantamos na mesma noite e a dupla nasceu.

'Por que a dupla terminou?' - 'Meses depois de estarmos fazendo sucesso em São Paulo, Silvana disse-me que ia noivar com o cantor Marco Aurélio. E logo depois desse noivado, ela me procurou alegando que, por imposição do noivo, passaria a cantar sozinha. Se tivesse de fazer dupla, seria com seu futuro marido'. 'Ficou aborrecido?' - 'Não. Mas, até hoje, não compreendo a atitude de Marco Aurélio. Um ciúme artístico injustificável.'
SILVANA, A VERSÁTIL - LP Copacabana CLP-11,281

1. Nossa canção - guarânia - Moacyr Braga – Enzo Rietilo

2. Doçura - samba-canção - Alcyr Pires Vermelho – Maria Isabel
3. Novilheiro (Novillero) paso-doble – Maria Teraza Lara; versão Fernando Barreto
4. Quando se tem amor - toada - Altamiro Carrilho – Armando Nunes
5. Therezinha de Jesus - marcha-rancho - Britinho Filho – Fernando Cesar
6. Desenhei corações - samba - Collid Filho – Oldemar Magalhães

1. O dia que me queiras (El dia que me quieras) tango – Carlos Gardel – Le Pera; v.: Haroldo Barbosa
2. Chama de paixão - rock-balada - Fred Jorge – Arquimedes Messina
3. Siboney - rumba - Ernesto Lecuona; versão: João de Barro
4. Quando o amor chegar - valsa - Altamiro Carrilho – Jair Amorim
5. O amor que sonhei - bolero - Marco Aurélio

Comentários: “Silvana, a Versátil” - título é devido a variedade de rítmos aqui congregados, começando com uma ‘Nossa canção’, uma guarânia muito bem produzida, mas piégas demais para as Paradas de Sucesso de 1964; talvez na Parada Sertaneja de então ela encontrasse seu nicho.

‘Doçura’, aparece como ‘samba-canção’, mas está mais para bolero, e Silvana se parece demais aí com sua mentora, Angela Maria. Ou seriam ambas seguidoras de Dalva de Oliveira?

Novilheiro’, um paso-doble, seria o ponto alto do disco, já que foi lançado como ‘single’, contando o relacionamento de um toreador com Maria Madgalena [“beija a santa medalha de Magdalena], terminando num final apoteótico, que lembra os famosos falsetes de Gilda Lopes em ‘Trovador de Toledo’, ao som de muitas castanhólas e um OLÉ arrazador.

‘Quando se tem amor’, uma toada de Altamiro Carrilho, que era o diretor-artístico da Copacabana, e sempre ‘encaixava’ uma ou duas composições suas nos micro-sulcos de seus cantores. Toada do lado A e uma valsa do lado B [‘Quando o amor chega’]. Como se pode notar, Altamiro não variava muito seus temas.

“Therezinha de Jesus’ continua a ‘santeria’, com a história de Threrèse de Liseux transformada em [pasmem!] marcha-rancho. Para fechar o Lado A, só para provar que Silvana é, realmente, versatilíssima, temos um samba em “Desenhei corações”.

No Lado B temos duas versões de sucessos latino-americanos dos anos 30, começando com o tango argentino “El dia que me quieras”, de Gardel, numa interpetação muito contida. Silvana nunca solta a possante vóz que tem. Talvez porisso esse ‘single’ não impressionou muito o mercado. Mais a frente vem uma rumba, o famoso “Siboney”, do grande maestro cubano Ernesto Lecuona, mas a performance não passa de ‘regular’, ficando meio anêmica.


Depois desses rítmos exóticos, temos um rock-balada... pode? Acho que pode! Um rock-balada de Fred Jorge, o maior versionista dos anos 60, e Archimedes Messina, um dos maiores compositores de ‘jingles’ do radio brasileiro.


E o LP termina com um bolero dos melhores, ‘O amor que sonhei’, de Marco Aurélio, o marido de Silvana. Pensando bem, esse bolero teria sido uma ótima pedida para lançamento em ‘single’, ao invés das versões.


Compactos de SILVANA pela COPACABANA

6.293 - 'Romance' [Eduardo Patane-Almeida Rego] tango
'Amor, fonte da vida' [Adelson dos Santos-Roberto Muniz]

Cifras do tango "Amor" de Antenógenes Silva, na revista 'Melodias'.
Antenógenes Silva (*30 October 1906 + 9 March 2001)

Nascido em Uberaba-MG, acordeonista de primeira, sendo reconhecido na Alemanha como o maior sanfoneiro de 8 baixos do mundo, compôs muitas canções de sucesso. Augusto Calheiros gravou a valsa 'Pisando corações' que Antenógenes compôs em parceria com Ernani Campos.

6.364 - 'Amor' (Antenógenes Silva-Ernâni Campos) Silvana with Rinaldo Calheiros
'Eternamente' (Nelson Castro-Rossini Pacheco) 

6.399 - 'Onde estás coração?' (L.Martinez Serrano-A.P.Berto; v.: Ubirajara Silva) Silvana & Rinaldo
'Jura-me' (Maria Grever; v.:Osvaldo Santiago) - Silvana & Rinaldo Calheiros

6.445 - 'Cantando' (Mercedes Simone; v.: Virgina Amorim) - Silvana & Rinaldo Calheiros
'Seresta à bem amada' [Waltel-Joluz] - with Rinaldo Calheiros  

6.540 - 'O que será?' (Gomes Cardim) - Silvana
'O dia que me queiras' (C.Gardel-Le Pera; v.: Haroldo Barbosa) 

6.617 - 'Pombinha branca' (C.Concina-B.Cherubini; v.: Genival Melo)
'Siboney' (Ernesto Lecuona; v.: João de Barro)


Silvana sets free a white dove (pombinha branca) at Horto Florestal in São Paulo.  
o jovem Marco Aurélio em compacto-duplo da Copacabana de 1962, alguns meses antes de conhecer Silvana; a Copacabana os gravou em dupla, mas o sucesso alcançado por Silvana & Rinaldo nunca foi igualado por Silvana & Marco Aurélio. O sucesso da parceria ficou mesmo para a vida particular dos dois cantores.
(479) 'Nossa canção de amor' (Summer love) b/w 'Vento da noite' (L'erba canta) in 1964; (541) 'Nenhum de vocês' (Nessuno di voi) b/w 'Quando meu bem voltar' (1965).
EP 3514 com 'Vento da noite', 'Viagem triste', 'Nossa canção de amor' e 'Nosso amor'; Extended-play de Silvana lançado em Portugal com 'Em Aranjuez com teu amor'.

Parada de Sucesso Ibope - 16 Outubro 1971 

1. Amada amante - Roberto Carlos (CBS)
2. If - Bread (Philips)
3. Oh me, oh my - B.J. Thomas (Top Tape)
4. Sinfonia no. 40 Mozart - Waldo de Los Rios (Continental)
5. Toast and marmelade for tea - Tin Tin (Polydor)

6. Se Deus me ouvisse - Silvana (Copacabana)
7. That's what I want - Square Set (CBS)
8. Minha história - Chico Buarque de Hollanda (Philips)
9. Independência ou morte - Zédi (Tapecar)
10. Oh oh ah ah - Los Angeles (Continental) 
'Se Deus me ouvisse' de Almir Rogério, de 1971, foi o ultimo grande sucesso de Silvana. 
Silvana in 1973, eleven years after she broke through with 1962's 'Amor'... still a beautiful face: the  EP contains: 'Se tem que ser adeus... adeus' (Cezar-Círus), 'Nunca mais te esqueci' (Almir Rogério-Jean Pierre), 'Você é muito importante em minha vida' (Claudio Fontana) & 'Avenida do amor' (Carlos Roberto Bonanni).
Silvana & Marco Aurélio em 1962.
Silvana & Marco Aurélio na Revista do Rádio - 2 NOV 1962.
Silvana & Marco Aurélio na 'Revista do Rádio'.


Marco Aurélio and Silvana muck around for the camera.
Genival Melo, members of rock band The Jordans and Silvana at a TV show.
Marco Aurélio, an unidentified lady, Silvana, Wanderley Cardoso & Clovis Candal circa 1965.
Silvana & Marco Aurelio receive flowers from fans at a function in a arena-like club.
1967 TV guide Intervalo. Sivana & Rinaldo were still news 5 years later...
Silvana, singer-song-writer Alberto Luiz, Marcio José & Almir Rogerio, who wrote 'Se Deus me ouvisse'. Photo by Elmar Tocafundo, from Copacabana Discos.
Lyrics of Silvana's very first hit, 'Amor, fonte da vida'.

SILVANA canta no lançamento do livro de Valdir Comegno - November 2011.

Carlus Maximus & Silvana em Novembro 2011.

Tarde de lançamento de ‘Nas Ondas da Magia do Rádio 1970-2011

Silvana, foi a grande estrela da festa de lançamento do livro ‘Nas Ondas da Magia do Rádio 1970-2011', segundo livro de Valdir Comegno, realizada na tarde de 19 Novembro de 2011, no Rojas All Suite Hotel, na Avenida São João, 1.399. Nós, da Turma do Páteo do Collegio, chegamos antes do início das festividades do sábado e tivemos o privilégio de assistir ao ensaio que Silvana fêz com o pianista Thadeu Arraes. Na verdade, o ensaio foi um verdadeiro show, que iniciou com ‘Pombinha branca' [Vola colomba], mega-sucesso de 1964 que deu à cantora fluminense o cobiçado troféu Chico Viola.

Fomos brindados com vários sucessos interpretados com uma voz soprano cristalina e poderosa. Silvana ainda retém a juventude dentro de si. Com seu corpo esbélto, um rosto liso, cabelos soltos, um par de stilettos e uma aparência benigna, é dificil de entender como uma voz tão poderosa e afinada sae daquela garganta. Sempre tive curiosidade de saber como Silvana dividia suas interpretações com o Rinaldo Calheiros, quando ambos tomaram o Brasil de assalto em 1962 com seus tangos. A própria Silvana comentou com o pianista Thadeu, que ela cantava os números no tom do Calheiros, ‘complementando' partes altas com seu falsete. Silvana muda do ‘natural' para o ‘falsete' com uma facilidade incrível, sem que a platéia perceba. Um fenômeno!

Os tangos ‘Onde estás coração?', ‘Cantando' [composição da grande portenha Mercedes Simone] e ‘Jura-me', carro-chefe do mexicano frei José Mojica, são do micro-sulco ‘Ouvindo-te com amor', que Silvana gravou pela Copacabana, em parceria com Rinaldo Calheiros, sendo o album mais vendido de 1962, o ano que o Brasil vivia seu Parlamentarismo-sem-rainha.

A Turma do Pateo abriu o show, propriamente dito, cantando suas marchinhas carnavalescas, com ‘Cachaça', ‘Saca-rolha', ‘Meu periquitinho verde' e ‘Florisbela', mas o som acústico do violão não foi páreo para o teclado eletrificado, e assim, perdeu-se um pouco do impacto. Mara, da Turma, tomou o microfone e interpretou o choro ‘História dificil', sendo seguido por ‘Sonoroso', acompanhado pelo competente Thadeu, que, daí em diante comandou os acompanhamentos com seu teclado mágico. Mara ainda cantou ‘Flor amorosa', ‘Curare' e ‘A cor do pecado'.

Raimundo José foi o próximo, cantando ‘Minha história', famosa canção da mãe-prostituta e o Menino Jesus, versão vitoriosa de Chico Buarque de musica italiana de Lucio Dalla. Raimundo continuou com ‘Nada além', relembrando Orlando Silva; ‘Exemplo' e ‘Vingança' do Lupiscínio e ‘Pra que mentir?' do Orestes Barbosa.

Raimundo fez as vezes de mestre-de-cerimônia conclamando Silvana e Antônio Borba para juntarem-se a ele e cantar ‘Ave Maria no morro', prestando homenagem à Dalva de Oliveira, que foi a ‘mãe de todas'. Silvana deu o agudo mais alto e apoteótico no grand-finale. Em seguida, Raimundo fez a parte do Rinaldo no tango ‘Amor' [Grata ventura de querer, feliz de quem consegue amar alguem], o 78 rpm mais vendido de 1962, o ano que o Brasil foi bi-campeão em Santiago do Chile.

Daí em diante Silvana encantou a todos com sua voz maviosa, cantando seus sucessos já citados e completando com as jobinianas ‘Eu sei que vou te amar' e ‘Se todos fossem iguais a você'.  O ápice, talvez, foi a interpretação magistral de ‘Se Deus me ouvisse' [e mandasse pra mim, aquele que eu amo e que um dia partiu...' onde Silvana sempre chega às lágrimas, relembrando de seu querido companheiro Marco Aurélio, que já partiu.

Antônio Borba cantou ‘Laranja madura', de Ataulpho Alves e ‘O amor se vai', versão de ‘L'amore se ne vá', sucesso italiano de 1966. Note que Borba ainda canta muito bem, e faz uma harmonia maravilhosa. Dona Jandira, intérprete mineira também cantou bonito.

Desiree, cantora-transformista, além de fã incondicional de Emilinha Borba, prestou sua homenagem à querida Milóca com ‘Se queres saber' e ‘Dez anos'; "Que será", de Dalva de Oliveira [em homenagem ao escritor], terminando com uma interpretação magnífica de ‘La vie en rose', relembrando a legendária Edith Piaf. Desiree citou Emilinha e, Silvana completou, dizendo que a primeira musica que ela cantou em programa de calouros fora ‘Com jeito vai'. O público começou a cantar espontaneamente e o pianista, acertando o tom, acompanhou a multidão: ‘Se alguem lhe convidar pra pic-nic na Barra da Tijuca ou pra fazer um programa no Joá'.

A esta altura já era hora de terminar, mas as pessoas ainda conversavam sem parar. Tive a chance de rever várias pessoas amigas e conhecer novas. Jacy Ribeiro, a famosa Vó Jacy, veio do Rio de Janeiro especialmente para a ocasião e trouxe simpáticas pessoas de seu grupo ‘História e Música' do Orkut. Conheci Amandio, fã incondicional de Dalva de Oliveira, que se destacava justamente por usar uma camiseta com a foto de Dalva portando corôa-e-cêtro de Rainha-do-Rádio na capa da Revista-do-Rádio.

Aliás, haviam tribos de várias nuances no local, desde marlenistas, emilinistas, dalvistas a mirandistas e zezézistas, incluindo aí nosso amigo Romeu Maccione, sempre simpaticíssimo. As tribos não se atacaram, havendo consenso geral de que tudo é alegria e nenhuma baixaria vale a pena. Descobri, quase por acaso, que Jacy é emilinista... e eu, quase deixei escapar que Milóca teve seu apogeu artístico anos 1940. Ainda bem que ela não é implacável e me perdoou.

Bianca Bellini, veterana cantora paulista deu o ar de sua graça. Descobri recentemente que Bellini gravou ‘Solidão', de Dolores Duran, em forma de tango, pela gravadora Califórnia. Isaura Marques e Daisy Fonseca, radio-atrizes da Rádio São Paulo também brilharam na platéia. Antônio Aguillar, da fase do rock da Rádio Nacional de São Paulo, esteve por lá e demonstrou emoção em seu depoimento ao microfone. Enfim, foi uma tarde agradabilíssima, onde só houve alegria, êxtase e felicidade.

Gostei muito do livro do Valdir Comegno. Achei o segundo melhor que o antecessor. Gostei da ordem cronológica seguida à risca. Valdir registra os falecimentos dos principais ídolos do rádio a partir de 1970. Nem sabia que Bill Farr, por exemplo, morreu em 2010. Há muita novidade! Gostei de saber um pouco sobre o expurgo feito na Rádio Nacional pela Junta Militar, que tomou o poder espúriamente em 1964. Valdir entremeia as notícias de artistas com as do mundo político. Isso é esclarecedor. Parabéns pelo livro.

Talvez o que mais me tocou foi justamente o verbete [se assim podemos falar] sobre o falecimento de Luely Figueiró em Dezembro de 2010. Luely tinha participado do show de lançamento do primeiro livro de Valdir em 2008. Ele relata o que aconteceu no Rojas All Suíte Hotel naquela noite: "Na ocasião, a propósito do livro, Luely cochichou em meu ouvido: ‘Minha foto saiu tão pequenininha, da próxima vez coloca uma maior". Valdir cumpriu sua promessa e colocou uma linda foto da Luely sentada ao lado de Gabriel Gonzaga, seu violonista [e fã] naquela linda noite de 9 de agosto de 2008. Parabéns, Valdir, e muito sucesso!

Luiz Amorim, 20 Novembro 2011.
Bibi & Silvana na mesma tarde. 


Silvana encantando o pessoal na tarde de lançamento do livro do Valdir Comegno. O sr. de chapéu creme é o cantor Antonio Borba.
Silvana é a simpatia em pessoa... aqui em 23 Novembro 2012, no lançamento do CD da cantora Marion Duarte, sua colega dos tempos da Copacabana.
Silvana & Marion Duarte cantam 'Ninguém me ama' de Antonio Maria.
Silvana & Marion Duarte relembram seus tempos na gravadora Copacabana.
Silvana na Ordem dos Músicos.
Silvana & Raimundo José cantam a inesquecível 'Amor' (grata ventura de querer...).
Silvana & o tecladista Tadeu Arraes, vendo-se ao fundo Carlus Maximus e Diego Nunes.
Silvana cantando e encantando em Novembro de 2012.
Silvana e o blogueiro Carlus Maximus na Ordem dos Músicos na tarde de 15 Março 2013.
Silvana & Beto Abrantes na festa de lançamento do livro 'A dinastia do Radio' de Thais Matarazzo e Valdir Comegno.
Leila Silva & Silvana cantam 'Carinhoso'.
Leila Silva & Silvana encantam com 'Carinhoso' - 15 MAR 2013.
Silvana se emociona ao cantar 'Se Deus me ouvisse'...
Silvana canta tendo na platéia Esterzinha de Souza, Norma Avian (de verde, na 2a. fileira), Cinderela (de vermelho), Claudevan (abaixado com sua câmera), Antonio Aguillar (na ala direita) e Denise Duran.
Carlus Maximus conversa com Pedro Lemes aka Pedro Dalana, antes do início do show.
Rinaldo oferece compacto da Beverly para o DJ Aerton Perlingeiro em 27 September 1977.
Tudo começou depois que Rinaldo Calheiros gravou o tango 'Amor', de Antenógenes Silva. Compareceu ao 'Clube dos Artistas', programa de variedades da TV Tupi de S. Paulo, comandado por Ayrton & Lolita Rodrigues às sextas-feiras. Rinaldo estava gripado e não conseguiria cantar o tango inteiro. Pediu ajuda à Silvana, colega de gravadora Copacabana, e ela fez a segunda parte. O público gostou tanto que eles repetiram a dose no dia seguinte em 'Almoço com as estrêlas', comandado por Ayrton & Lolita aos sábados ao meio-dia. Os fãs queriam comprar o disco, que teve de ser gravado na semana seguinte e lançado à toque de caixa, indo para o 1o. lugar absoluto em poucas semanas.
'Revista do Radio' n.697, 26 January 1963, tells Rinaldo's career from the beginning... 

Nota de falecimento: Rinaldo Calheiros faleceu em 5 Maio 2014, uma 2a. feira. 

19 comments:

  1. GRANDES MOMENTOS SERÃO ETERNIZADOS PELO GOSTO DESTE BLOGUEIRO, PARABENS!!!.

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  2. Muito obrigado, Claudevan, sua presença está marcada numa das fotos aí, ao lado das cantoras Cinderela, Estherzinha de Souza, enquanto a Silvana empunha um microfone e canta para deleite de todos.

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  3. Minha mãe foi amiga da cantora Mario Duarte e sua irmã Vera Lúcia. Há anos que perderam o contato, quando minha mãe mudou de cidade. Agora minha mãe retornou para o Rio e desde então tenho tentado entrar em contato com a Marion ou a Vera. Vcs por acaso tem algum email ou telefone de uma delas??? Meu email é efigueira1@yahoo.com.br.

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  4. olá Elaine,
    hoje haverá uma homenagem à cantora Lana Bittencourt na Ordem dos Músicos de São Paulo e eu, muito provavelmente, encontrarei com pessoas que tem o endereço da querida Marion Duarte, que por sinal, poderá até estar nessa festa. Assim que tiver o endereço virtual ou real da MARION, eu lhe passarei por e-mail. Tá?

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  5. Na verdade, Silvana, já conhecia Rinaldo Calheiros do Rio de Janeiro, pois gravavam na Copacabana Discos. Época em que ela morava em Niteroi. E o convite para cantar o tango "Amor", aconteceu no clube dos artistas. No almoço das estrelas eles apenas repetiram a música ao pedido do público. Na semana seguinte gravaram. E Silvana nasceu em 41 e não em 38. Quem nasceu em 38 foi Marco Aurélio

    Tenho essas informações, pois sou neta de Silvana e Marco Aurélio ( Terezinha e Aureliano) Meu nome é Letizia Oliveira. Caso quiser entrar em contato para mais informações o meu email é: letiziaoliveira@gmail.com. Criei um blog falso apenas para comentar este post de minha avó.

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  7. muito bem, Letizia Oliveira. A data de nascimento de Silvana em 1938 foi produto de 'cálculos', mas já que v. diz que é 1941, então vou retificar. Estive com a Silvana, mas nunca poderia fazer tal pergunta. Obrigado pela informação.

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  8. Silvana ainda canta muito. Teria que se apresentar com maior regularidade.

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  9. Parabéns ao Luiz Amorin pelo trabalho de pesquisa

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  10. agradeço ao Sergio Novo suas visitas sempre bem vindas... Apareça sempre...

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  11. Hola, soy dominicano y me gustaría saber si es esta misma Silvana la que canta "Concierto de amor para ti" y "No vendrás"

    Gracias
    Rubén

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  12. Muito obrigado, Você pode fazer upload de áudios e vídeos atuais de Silvana.
    Estou aprendendo Português agora.

    Gracias

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    1. Ola Ruben, que bueno que estas aprendendo el portugues. Es muy parecido con el castellano... peró el español es mas claro. En este blog apenas upload fotos y testos. Mucha suerte para ti...

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  13. Letízia, já que vc é neta de Silvana, poderia pedir a ela para vir cantar na cidade dela, em Campos dos Goitacazes, eu iria ficar imensamente feliz.

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  14. Que maravilha de Blog. Bem ilustrado e ótimas informações. Silva uma das minhas cantoras prediletas.

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    1. Obrigado pela visita... pena que v. não deixou seu nome... obrigado pelo elogio... Silvana sempre foi uma cantora ESPECIAL... me alegro que v. tenha gostado.

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  15. Silvana, outra cantora-amiga. Saúde e muiras canções querida AQrtista. (Mauricio Cardim)

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  16. Feliz aniversário querida cantora-amiga, Silvana. Feliz aniversário. Abraços e canções com saúde.

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