Saturday, 14 April 2012

ELZA LARANJEIRA & Balthazar's goal

Elza Laranjeira had a beautiful voice! That's a simple statement and that's how one could explain such a simple lady who was born in Baurú-SP in 16 June 1925. Baurú was a long way west into the hinterlands 330 km far from São Paulo. 

As soon as Elza became a primary school teacher she moved nearer São Paulo where she could teach during the day and have a chance to sing at Radio Cruzeiro do Sul too. At 20, she moved to Radio Record, the most popular radio station then. She only recorded in 1951, and had a string of minor hits until she hit the big time with 'Gol de Balthazar' (Balthazar's goal) a lively tune in which she described the acrobatics of football's Black star Balthazar who had a canny way of achieving the goal with his head instead of his feet. It was rumoured that Elza had an affair with Balthazar at that time, even though he was a married man. 

Elza kept on recording, appearing on the cover of magazines and singing at Radio Record until the end of the 1950s. Then she signed with RGE and started recording albums that are collectors' items and revered by music critics. Elza was the first to record Tom Jobim's classic 'Eu sei que vou te amar' in her 1962 album 'A música de Jobim e Vinícius'. 

For the rest of the 1960s & 1970s Elza kept a low profile living in her flat on Rua Santo Amaro in São Paulo. She would eventually sing at some TV show as a special guest but she never went on the road again. Elza died of a weak heart in 22 July 1986.  

Elza Laranjeira on the cover of  Revista do Rádio  7 July 1956.

Todos sabiam que existia um romance quente entre a cantora Elza Laranjeira e o atacante corinthiano Balthazar. Só que ninguem falava abertamente e era tabú na Imprensa, pois afinal, Balthazar era negríssimo e Elza branca! A segregação racial no Brasil não era tão radical como nos EEUU mas existia! 'Certas coisas' não se publicavam... e o romance nasceu, cresceu, vingou e acabou bem longe das páginas da Revista do Radio, Radiolândia ou jornais.

The Beauty & the Beast - Elza Laranjeira & Balthazar; Balthazar com a camisa da Seleção Brasileira.
Balthazar veste a camisa do Corinthians.

Cabecinha de Ouro
 
Gol de Balthazar, Gol de Balthazar,
salta o Cabecinha,
um a Zero no placard!
 
O Mosqueteiro ninguém pode derrotar
Carbone é o artilheiro espetacular
Cláudio, Luizinho e Mário,
Julião, Roberto e Idário,


Homero, Olavo e Gilmar
são os onze craques

que São Paulo vai consagrar!
 
Gool de Balthazar, gool de Balthazar,
salta o Cabecinha

um a zero no placard!

canta: Elza Laranjeira
musica e letra: Alfredo Borba



Helvio e Balthazar no Pacaembú.

Osvaldo Silva, o Balthazar, nasceu em 14 de Janeiro de 1926 em Santos, e iniciou sua carreira no Jabaquara AC em 1943. Apesar de se chamar Oswaldo Silva, o 'Cabecinha de Ouro' usou o nome de seu irmão que não conseguiu atingir seu sucesso no gramado.

Foi casado com Neli Capelupi, cantora conhecida como Nilcéia Rojers, com quem viveu por mais de 40 anos e, teve dois filhos, Carlos Alberto Silva (Batata) e Lourdes Giaconia.

Depois do auge, Baltazar passou por dificuldades financeiras, vendendo livros, comerciante e por 4 anos trabalhou como carcereiro no presídio do Carandiru.

Baltazar faleceu no Hospital Santa Izabel, em 25 de março de 1997, aos 71 anos em decorrência do mal de Alzheimer.

Balthazar bem jovem em 1945.
Agostinho dos Santos & Elza Laranjeira tiveram um 'affair' entre 1957 e 1959. Aí, os pombinhos em uma função social.
Brazil's Football team at 1954 World Cup in Switzerland. Columbia Records released 'Gol do Brasil' (Brazil's goal) an Elza Laranjeira single celebrating the possible Brazilian victory there...

ELZA LARANJEIRA - Discography 

1951

Encantadora de serpentes / Tira a coroa • Carnaval

O galo já cantou / As lágrimas podem secar • Star
Poema das duas mãozinhas / Dia das mães • Star 
Foi sem querer / Quando eu era pequenina • Star 

1953

Doçura / Meu Deus não sei • Columbia 
Parabéns São Paulo / Você • Copacabana 
Já paguei o meu tributo / Esquisitice da vovó • Copacabana 
Gol de Baltazar / Don Juan • Copacabana 
Vida nova / A louca chegou • Copacabana 

1954 

Não vá embora / Pé de pobre • Columbia 
Napoli / Lençol de linho • Columbia 
Gol do Brasil / Isso é namorar • Columbia (Football's World Cup in Switzerland) 
É covardia / Mulher namoradeira • Columbia 

1955

Gole de cachaça / Lampião de querosene • Columbia 
Bandinha do interior / Baião espanhol • Columbia 

1956

Lavadeiras de Portugal / Pica-pau • Odeon

1957 

Que será, será / Poço dos desejos • Odeon 

Dois olhos azuiz / Insônia • RGE 

1959

A noite do meu bem / Estou amando azul • RGE 
Eu sei que vou te amar / Aula de matemática • RGE
É disso que eu gosto / Dona saudade • RGE


1960

A noite do meu bem • RGE • LP
Ninguém é de ninguém / Devaneio • RGE 
Tome continha de você / Um minuto só • RGE 
Fale baixinho / Um punhadinho de estrelas • RGE

1961 

Elza Laranjeiras canta sucessos • RGE • LP

(1962)

Elza interpreta Tom Jobim e Vinícius de Moraes • RGE • LP
Só danço samba / Samba do avião • RGE 
Sem motivo / Mais uma vez adeus • RGE

Elza Laranjeira's Albums 


XRLP 5.071 - A noite do meu bem - 1960.
XRLP 5.102 - Ternura - Elza Laranjeira.
XRLP 5.133 - Elza Laranjeira canta sucessos - 1961.
XRLP 5.188 - A música de Jobim e Vinicius - Elza Laranjeira - 1962 - Elza's last album is arguably her best.

Elza Laranjeira's album back cover where she appears with Vinicius & Tom Jobim. Vinícius de Moraes wrote the liner-notes with long-hand which we transcribe below:

E L Z A    L A R A N J E I R A

De Elza Laranjeira se poderia dizer que têm a voz mais "feminina" do Brasil. E que maior dom para uma cantora que aliar, como no caso, doçura de timbre, afinação e feminilidade?

Daí o segrêdo de sua comunicação. Elza Laranjeira é uma intérprete que nunca fatiga. A gente a escuta uma vez e parte para querer sempre mais. Porque ela canta sem maneirismos, sem falsas bossas. Canta simplesmente. E porque ela sabe, também, ler "classe" na voz. Nunca uma vulgaridade na enunciação, nunca uma emissão descuidada, como acontece tanto por aí: cantores de ambos os sexos que dão de ombros ao estudo da canção antes da prensagem; um grande êrro que cometem, porque uma canção tem tantos pequenos mistérios, tantas pequenas sutilezas, tantos recônditos segredos nos volteios de sua forma que um cantor poderia traballhá-la indefinitivamente e encontraria sempre novas belezas a desencantar. 

Elzinha Laranjeira já nos presenteou com um de nossos maiores sucessos : "Eu sei que vou te amar". A canção ganhou o Brasil na interpretação terna e sentida que lhe deu a cantora paulista, e pode-se dizer mesmo que hoje em dia confunde-se com ela: é o seu prefixo musical. Houve outras, mas esta foi a que marcou. E foi, em dúvida, a razão porque Antonio Carlos Jobim e eu a escolhemos de comum acôrdo para gravar nosso terceiro LP como parceiros, certos de que ela, acima de vaidades e estrelismos, se daria por inteiro à busca da interpretação mais verdadeira de nossos sambas e canções, dentro do espírito com que foram feitos. 

Elza Laranjeira nasceu em Baurú-SP e estreiou, menina, em 1943. Estudou e cantou música clássica e em 1951 recebia o premio Roquette Pinto, como a melhor cantora paulista de música internacional. Mas sua grande oportunidade surgiria quando, depois de contratada pela R.G.E., descobriu que sua real vocação era a música popular brasileira. O Rio acolheu-a de braços abertos e novos prêmios começaram a chegar. Mais, tarde, em 1960, foi o seu primeiro LP na R.G.E.: 'A noite do meu bem', a que se seguiria em 1961, "Ternura" - um lindo título para a voz de Elzinha.

A antiga professorinha de Camilópolis-SP tinha ganho lindamente a parada. Sua popularidade em Montevidéu e Punta Del Este é uma prova a mais que sua influência se vai extendendo, devagar e sempre, para além das fronteiras do Brasil. 

Radicada em São Paulo, Elzinha Laranjeira cuida de suas gravações com um carinho que só a podem enaltecer como intérprete. Como neste LP, de muitas canções inéditas, e onde o público brasileiro e internacional terá a oportunidade de ouví-la contrapontar vocalmente com ela mesma a minha velha "Serenata do Adeus". E tudo em arranjos de três excelentes instrumentadores como Erlon Chaves, Waldemiro Lemke e Pocho, com o técnico de som Stelio Carlini no comando dos "dials". Parabéns a José Scatena e sua R.G.E.

Rio, setembro de 1962.
Vinícius de Moraes.

Compacto-duplo raríssimo de Elza cantando 'Só danço samba', 'Samba do avião', 'Corcovado' e 'O amor em paz'.

Elza ensina algumas posições de violão para Elizeth Cardoso.


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