revista Carioca de 21 Maio 1938: A garota paraense que veio atuar no 'broadcasting' do Rio e de São Paulo.
A revista Carioca apresenta Linda Rodrigues ao País, como uma garota paraense que chegou ao Rio para 'conquistá-lo'. Encanta-se com a beleza da moça dizendo: 'Com um sorriso encantador nos lábios, um chapeuzinho atrevidamente cinematográfico e um vestido marrom civilizadíssimo entrou-nos pela redação a dentro a figura mais bonita de cantora que o Pará, ultimamente, nos mandou. Loira, desembaraçadíssima, sem jeito de cabocla nem de selvagem...
Linda Rodrigues é assim apresentada ao público da revista Carioca como se fosse paraense, quando, na verdade, Linda nascera no Rio de Janeiro, tendo mudado-se para Belém do Pará, apenas há poucos anos. Nota-se o tom 'colonizado' do repórter ao se surpreender com um paraense loira, sem jeito de 'cabocla' (mistura de índio e branco) ou de selvagem, que seria a aparência 'normal' da população daquele estado do norte.
'Carioca' n.378 - 1943.
Alguns anos depois o reporter Luiz do Valle da revista Carioca conta a verdade sobre a origem de Linda Rodrigues, dizendo que, realmente, ela nascera no Rio, mas transferira-se para Belém do Pará, e agora estava de volta. O repórter continua encantado com a beleza da moça que, nesse meio tempo já cantara na Radio Cruzeiro do Sul, Radio Nacional e agora era contratada da Radio Tupi.
Linda Rodrigues admira o jeito norte-americano de angariar fundos para o financiamento da Guerra que comia solta na Europa e Ásia. Linda sugere ao repórter estar disposta a vender beijos por 1 cruzeiro cada (barato, não?) como contribuição sua para a venda de bonus.
Os preferidos de Linda Rodrigues no campo teatral são: Ernani Fornari, Oduvaldo Viana e Amaral Gurgel. Os atores de Hollywood preferidos de Linda eram Orson Welles, Bette Davis, Greer Garson, Nelson Eddy e Paul Muni. Os melhores atores da comedia nacional eram Olavo de Barros, Procópio Ferreira, André Villon e Jayme Costa.
Entre os melhores autores estrangeiros, Linda preferia: André Marois, Somerset Maugham, Pierre Van Passen e Thomas Mann. Entre os autores brasileiros já falecidos, os escolhidos foram: Machado de Assis, Humberto de Campos e Coelho Netto. Entre os poetas: Olavo Bilac, Manoel Bandeira, Casimiro de Abreu e Adalgisa Nery e Araújo Borges (vivos então).
Entre os melhores autores estrangeiros, Linda preferia: André Marois, Somerset Maugham, Pierre Van Passen e Thomas Mann. Entre os autores brasileiros já falecidos, os escolhidos foram: Machado de Assis, Humberto de Campos e Coelho Netto. Entre os poetas: Olavo Bilac, Manoel Bandeira, Casimiro de Abreu e Adalgisa Nery e Araújo Borges (vivos então).
Linda Rodrigues diz: 'Em janeiro deverei estar na Bahia. É uma terra boa, cuja gente nos cativa sensivelmente. Meu pendor é sempre peregrinar. Não gosto de permanecer estática. Aprecio as paisagens, os cenários deslumbrantes de nosso torrão. Novas emoções, novas coisas. Para não cansar, compreende?'
Linda Rodrigues aparece em mais uma reportagem da revista Carioca, agora falando de sua infância no bairro da Tijuca, onde era conhecida como Gata Russa pelas suas companheiras de peraltice. Há uma foto de quando tinha 8 anos e meio, em 1930. Linda confessa que ouve a Hora da Ave Maria diariamente e que seus compositores preferidos são Chopin e Schubert. Depois da musica e dos livros, seu grande prazer é a vida da praia, com muito sol, nado de peito, jogo de petecas e alguns 'tarzans' para atrapalhar...
O repórter M. Curi, da revista Carioca, encontra Linda Rodrigues nas dependências da Radio Tamoyo lendo um número da revista 'Síntese' e escreve no início de 1944: Linda Rodrigues, olha vago, semblante despreocupado, queixo apoiado nos braços, equilibrando-se sobre as pernas cruzadas, percebeu, de súbito, que lhe seria imposto um interrogatório.
O repórter M. Curi, da revista Carioca, encontra Linda Rodrigues nas dependências da Radio Tamoyo lendo um número da revista 'Síntese' e escreve no início de 1944: Linda Rodrigues, olha vago, semblante despreocupado, queixo apoiado nos braços, equilibrando-se sobre as pernas cruzadas, percebeu, de súbito, que lhe seria imposto um interrogatório.
O repórter M. Curi, da revista Carioca, encontra Linda Rodrigues nas dependências da Radio Tamoyo lendo um número da revista 'Síntese' e escreve no início de 1944: Linda Rodrigues, olha vago, semblante despreocupado, queixo apoiado nos braços, equilibrando-se sobre as pernas cruzadas, percebeu, de súbito, que lhe seria imposto um interrogatório.
Linda, se você fosse atriz de Hollywood, e tivesse que destacar um galã para beijar, qual o que escolheria?
- Puxa, quanta indiscrição. Mas não importa. Como o aprecio, não só pela sua voz, desempenho e personalidade, como também pela simpatia que irradia, Nelson Eddy seria o escolhido.
- E o radio-teatro?
- Sou ouvinte ocasional das novelas. Porém daria tudo para ver radiofonizado 'A chuva', admirável conto de Somerset Maugham.
- Ainda não gravei nenhum disco. Prefiro cantar o samba-canção... está de acordo com meu temperamento romântico e minha sensibilidade.
- Minha dança predileta é o bolero porque suave e envolvente, é uma música, à semelhança da valsa, que nos desperta para a vida... uma vida cariciosa, serena e amorosa.
- E o seu provérbio favorito?
Abaixo do nível
A tua vida tem sido uma tragédia
nem sequer na classe média conseguiste aceitação
E é por isso que o teu viver é horrível
Viver abaixo do nível da tua colocação
O teu destino tem um D tão pequenino
que nem com microscópio ninguém consegue ver
Lamentas, mas tem a tua razão
porque não é só do pão que depende o teu viver
bem, podes crer.
samba de Alvaiade & Odaurico Motta
1a. gravação de Linda Rodrigues
Discos Continental - Janeiro 1945
A. Enxugue as lágrimas (Elpídio Viana-Carneiro da Silva)
B. Abaixo do nível (Alvaiade-Odaurico Motta)
11 November 1942.
1949.
'Correio da Manhã' 7 February 1950.
magazine 'Carioca' kept on lying - even in 1951 - that Linda Rodrigues was born in Belém-PA.